Há quarenta anos, a Fiat lançava um automóvel surpreendente e revolucionário, o Uno Turbo i.e. Nascido numa época em que os jovens procuravam carros desportivos em modelos compactos.
O Uno Turbo i.e. tornou-se um símbolo de uma geração que valorizava as performances e o estilo. Este pequeno “pocket rocket” italiano conquistou o seu espaço num mercado dominado por concorrentes franceses e alemães, combinando tecnologia, desempenho emocionante e um design marcante.Tecnologia e performances de ponta
Lançado na primavera de 1985, o Uno Turbo i.e. causou impacto com o seu motor 1.3 de 105 cv, injeção electrónica Bosch, ignição electrónica Magneti Marelli e um turbocompressor IHI VL2 com intercooler.Com somente 845 kg, atingia a velocidade máxima de 200 km/h e acelerava de 0 a 100 km/h em 8,3 segundos. O seu design desportivo incluía novos para-choques, saias laterais, rodas de liga leve de 13 polegadas e um painel de instrumentos digital que exibia informações como pressão do turbo, temperatura do óleo e do motor, além de um inovador painel de controlo de portas, luzes e sistema de arrefecimento.
Evolução e Refinamento
Em 1989, o Uno Turbo i.e. recebeu uma atualização significativa, com um motor 1.372 cc, uma nova turbina Garrett T2, potência aumentada para 116 cv e uma aceleração de 0 a 100 km/h em 7,7 segundos. O visual ficou mais refinado, com para-choques redesenhados, rodas de liga leve de quatro raios e um interior mais ergonómico, com volante Momo e bancos mais confortáveis. Uma versão catalisada de 112 cv foi lançada para responder às normas Euro 1, e uma versão Racing ainda mais desportiva também foi comercializada em alguns mercados.Personalização e exclusividade
Em ambas as séries, alguns Uno Turbo i.e. foram transformados em peças únicas por especialistas tuning que adquiriram carroçarias despojadas diretamente na FIAT. Cada carro era então refeito sob encomenda com cores, detalhes, rodas e materiais finos como couro ou Alcântara personalizados.Além disso, eles receberam recursos, como ar condicionado, que só podiam ser encontrados em carros de segmentos superiores. Esses acabamentos especiais foram projectados por carroceiros históricos como Scioneri, Giannini, Moretti e Hormann, cujos nomes frequentemente constavam nos documentos de registo do veículo. Em 1986, a Moretti lançou o Uno Turbo MX, que se destacava pela sua cor sólida, rodas de liga leve com pneus de baixo perfil, interior em Alcântara e painel de madeira de urze com painel de instrumentos digital.
Um sonho acessível para uma geração
Produzido até 1994 em cerca de 50.000 unidades, o Uno Turbo i.e. tornou-se um objeto de desejo para colecionadores. A sua importância histórica foi reforçada, também, por um teste realizado pelo piloto de Fórmula 1 Michele Alboreto no autódromo de Jacarepaguá, no Brasil, que elogiou o carro por pela resposta do motor e desempenho. O Uno Turbo i.e. representou mais do que um carro, ele simbolizou a liberdade e os sonhos de uma geração.Legado duradouro
Roberto Giolito, chefe do Stellantis Heritage, resume perfeitamente o legado do Uno Turbo i.e.:“Era muito mais do que um pequeno carro desportivo. Era um sonho ao alcance e um símbolo de liberdade para toda uma geração cujo coração batia ao ritmo do turbo. Tinha determinação, caráter e um som inconfundível que chamava a atenção. Era um carro que falava aos jovens, mas o fazia com uma linguagem madura, composta de tecnologia e inovação.”Hoje, 40 anos depois, o Uno Turbo i.e. continua a ser lembrado com carinho por mim e todos os que o dirigiram, um verdadeiro clássico que transcende gerações e se mantém como um ícone da história do automóvel.
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